A IMPLANTAÇÃO DO COLONIALISMO NA AMÉRICA PORTUGUESA

Somente a partir de 1550, pode-se considerar que a estrutura colonial se impôs de fato na América portuguesa. Diferente da europeia, a sociedade colonial apresentou um novo modelo organizativo baseado no trabalho escravo (indígena e africano) e na produção fundamentalmente voltada para o mercado externo. Era a sociedade colonial, patriarcal, escravista e monocultora.

A estrutura colonial

O Pacto colonial - Foi um conjunto de normas que regulamentaram as relações políticas e econômicas entre as metrópoles e suas respectivas colônias, na chamada Era Mercantilista. O pacto colonial atendia primordialmente às necessidades metropolitanas, através do monopólio (ou exclusivo) comercial, que garantia à metrópole o comércio exclusivo com sua área colonial, excluindo desse comércio qualquer outra nação. De acordo com esta prática, eram os portugueses que determinavam os preços de venda dos produtos agrícolas da colônia, como também aqueles dos produtos manufaturados trazidos da metrópole para o Brasil. Outra restrição aos coloniais residia na proibição de produzir quaisquer artigos manufaturados que pudessem fazer concorrência àqueles trazidos da metrópole.

A exploração da cana-de-açúcar

O principal objetivo da coroa e dos comerciantes portugueses era extrair das colônias produtos de alto valor no mercado europeu, de preferência metais, de acordo com os princípios mercantilistas. Nesse período, também o açúcar extraído da cana possuía um alto valor nesse mercado e, como esse cultivo se adaptou muito bem ao clima e ao solo brasileiro (em especial ao nordestino, cuja terra de massapê era ideal para a cultura da cana, onde passou a ser cultivada) foi o responsável por tornar o litoral nordestino na região colonizadora central dos séculos XVI e XVII. Nesse panorama, passou a ser chamado de engenho o conjunto formado pela grande propriedade rural açucareira, constituído pela casa grande, por outras casas que compunham a propriedade, pelas senzalas e plantações. O engenho de açúcar constituiu a peça principal do sistema mercantilista português do período, sendo organizado na forma de latifúndios, com técnicas agrícolas complexas, mas apesar disso, com baixa produtividade.

Esta unidade produtora de açúcar e de outros produtos para exportação era chamada de plantation. As platations foram um tipo de sistema agrícola baseado na grande propriedade, produtoras de um produto principal, com monocultura de exportação, regime de trabalho escravista e numa sociedade patriarcal. A partir de meados do século XVI, para sustentar a produção de cana-de-açúcar, os portugueses começaram a importar africanos como mão de obra escrava. Esses africanos eram capturados entre as tribos das feitorias européias na África (às vezes, com a conivência de chefes locais de tribos rivais) e atravessados, via oceano Atlântico, em navios negreiros, em péssimas condições de higiene. Ao chegarem à América, eram comercializados como mercadoria e obrigados a trabalhar nas plantações ou casas dos colonizadores. Dentro das fazendas, viviam aprisionados em galpões chamados de senzalas. Seus filhos também eram escravizados, perpetuando, assim, a condição de escravos pelas gerações seguintes.

A pecuária

A atividade criatória cumpriu um duplo papel no desenvolvimento colonial: primeiro, o de complementar a economia do açúcar; segundo, o de dar início a penetração, conquista e povoamento do interior do Brasil, principalmente do sertão nordestino. Com o passar do tempo, a boiada ultrapassou os limites das áreas agrícolas. Com produção destinada ao mercado interno, no século XVII a atividade criatória se tornou mais independente. Nesse momento, a atividade pecuarista foi fundamental como um fator de povoamento do interior. Até meados do século XVIII, a pecuária ocupou diversas regiões do interior do nordeste, tendo como centros de irradiação as capitanias da Bahia e de Pernambuco, sempre ao seguindo o curso dos rios, próximos aos quais se construíam os currais, como ficaram famosos aqueles ao longo do Rio São Francisco. O nortista ia ocupando as terras marginais, garantindo seu avanço com uma retaguarda reforçada pelos currais e ranchos dos vaqueiros. Já a expansão territorial baiana subiu o curso do Rio construindo bases em torno dos quais foram nascendo e se desenvolvendo os primeiros núcleos populacionais. Via de regra, os baianos e pernambucanos fizeram suas entradas guiados pelas boiadas, fixando currais pelo vale adentro; enquanto os bandeirantes do Norte avançaram lentamente, chegando a atingir, dessa forma, as regiões mineiras. Ao mesmo tempo em que os baianos subiam o São Francisco, os paulistas o navegavam em sentido contrário.

O escravismo colonial

Até 1640, aproximadamente, o índio constituiu a mão de obra básica utilizada na colônia. Aos poucos, esses foram sendo substituídos devido, principalmente, à dispersão das populações nativas do litoral; aos altos índices de mortalidade indígena, a resistência dos índios ao trabalho compulsório, e a aos lucros alcançados com o tráfico negreiro. A partir do século XVII, a opção pelo escravo africano vai se difundir por toda a colônia, principalmente nas áreas centrais, onde foram implantadas as principais estruturas coloniais. A continuidade do processo colonizador dependeu da reposição da mão de obra escrava, que foi assegurada pelo tráfico negreiro, uma vez que, essa atividade era altamente rentável tanto para os traficantes de escravos como para a Metrópole. Estima-se que foram trazidos cerca de 3,6 milhões de africanos para trabalhar como escravos no Brasil, e aproximadamente 12 milhões como um todo para a América. Os portugueses não capturavam os cativos na África, mas compravam escravos de comerciantes africanos. As sociedades africanas possuíam escravos antes mesmo da chegada dos europeus. Em virtude da grande demanda por escravos gerada pelo tráfico atlântico, essas sociedades passam a multiplicar em várias vezes o número de cativos, exportando escravos para todo o mundo. No Brasil, o escravo africano, chegou a constituir 50% da população colonial em alguns períodos do século XVIII.

A presença holandesa no comércio

Os Países Baixos possuíam relações comercias com Portugal desde a Idade Média. Assim sendo, tornaram-se parceiros fundamentais para o sucesso da agromanufatura açucareira, participando do transporte da cana para a Europa e do refino do açúcar. Dessa forma, Holanda e Portugal tornaram-se sócios no comércio europeu do açúcar, havendo nessa sociedade certa desvantagem de Portugal.

Os Jesuítas

Desde a década de 1550, a Companhia de Jesus estava presente no Brasil. Essa Ordem foi criada durante a Contra-Reforma católica com o objetivo de promover a expansão da fé católica pelo mundo. Esses religiosos foram os mais presentes no Brasil até a sua expulsão, em 1759, durante o governo do Marquês de Pombal. Na colônia, possuíam várias propriedades e utilizaram largamente o trabalho compulsório indígena. Estabeleceram as missões, nas quais catequizavam e usavam a força de trabalho dos ameríndios. Os Jesuítas também desempenharam um importante papel na educação da colônia, eles educavam os filhos dos senhores de engenho, comerciantes e de outras famílias abastadas. Durante o período colonial, o direito à educação, era restrito somente a esses grupos sociais.
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Jhonny Feitoza

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