RELAÇÕES DE PODER NA IDADE MÉDIA

A Idade Média na maioria das vezes é vista de forma pejorativa. Talvez, mais do que qualquer outro período da história do ocidente: o milênio que compreende os anos situados entre os séculos V e XV, entregues às ideias preestabelecidas e a um menosprezo, cuja função é, sem dúvida, fazer com que as pessoas dos períodos posteriores entendam esse recorte temporal como os intelectuais do Renascimento Cultural do século XVI queriam, ou seja, como um período de trevas, marcado pelo obscurantismo, pelo atraso e pela ignorância.

Sabendo, portanto que o termo Idade Média (séculos V-XV) carrega uma carga pejorativa e que foi criado somente após o período ter se encerrado. Cabe, portanto a reflexão sobre como os períodos históricos são interpretados pelas épocas posteriores. Personagens notórios como Adolf Hitler no século XX, por exemplo, fazia alusão clara ao período medieval para legitimar o regime nazista. Assim como Hollywood através da indústria cinematográfica também faz constantes alusões ao período medieval.

FEUDALISMO

Embora os termos Idade Média e Feudalismo estejam associados é importante destacar que não se trata de sinônimos, pois a Idade Média se refere ao milênio situado entre os séculos V e XV, como já foi dito anteriormente, já o sistema feudal que surge a partir de elementos da cultura romana e da cultura germânica, além de se ter a igreja como elemento que forja a unidade espiritual do ocidente é caracterizado por ter camponeses mantidos em sujeição em relação aos senhores; bem como o uso generalizado do serviço foreiro (isto é, do feudo) em vez de salário; a supremacia de uma classe de guerreiros especializados (os nobres); vínculos de obediência e proteção que ligam homem a homem.

A SERVIDÃO

Nos mundos do trabalho destaca-se na idade média a servidão medieval. Cujos personagens centrais eram os servos que tinham como principais obrigações:

Corvéia: Consistia na obrigatoriedade de trabalhar dois ou três dias por semana para o senhor;

Talha: Consistia na entrega de parte da produção ao senhor;

Banalidade: Que era o pagamento devido ao senhor pela utilização de seus instrumentos, como o moinho, da prensa, da forja ou do forno,

Mão morta: Pagamento pelo direito de transmissão do lote para os descendentes do servo morto;

Dízimo ou Tostão de Pedro: "Contribuição" de cerca de 10% da produção à igreja;

Formariage: Quando o servo se casava, era obrigado a pagar uma taxa. Além dos servos, havia também os vilões, que eram livres e tinham suas obrigações estabelecidas por um contrato de trabalho e claro que não podemos esquecer que nesse mundo do trabalho nas áreas rurais existiam também os escravos, mas em menor número se compararmos aos servos e vilões.

RELAÇÕES DE PODER

No tocante as relações de poder na Europa Ocidental durante a idade média, pouco ou nada se fala a cerca do papel dos reis nesse período, principalmente com o advento do feudalismo. Embora, a descentralização política tenha sido uma das principais características do sistema feudal, a mentalidade medieval era marcada pelo simbólico. Logo o caso dos reis Taumatur-gos, exemplificado abaixo é importante para pensarmos o carácter sagrado que as monarquias medievais assumiram:

"... quando o rei é ungido e consagrado, assim como os ungidos com o óleo que flui dos membros de S. Nicolau são curados, assim também os atacados da doença das alporcas, se tocados pelas mãos do rei ungido com aquela ambula, ficam imediatamente curados e sãos. Se alguém que não seja rei verdadeiro e que haja sido indevidamente ungido ousar tocar os doente, sem demora ele provocará o mal de S. Remígio, assim como em outrora essa moléstia se manifestou."

(Os reis taumaturgos. São Paulo: Companhia das letras, 1993, p. 305)

Sobre essa questão do toque régio das escrófulas por partes dos reis taumaturgos descrito no texto acima devemos entender que embora os reis não tivessem como já foi dito poderes centralizados em suas mãos o entendimento acerca do aspecto simbólico de realeza durante o período medieval se torna central nessa discussão.

SUSERANIA E VASSALAGEM

Essa relação de poder que se estabeleceu como uma das marcas da Europa Ocidental consistia na homenagem que era a cerimônia em que o vassalo (aquele que recebe) prestava juramento de fidelidade e de obediência ao suserano (aquele que concede);
A investidura consistia na entrega, ao vassalo, de um galho de árvore, uma lança ou um objeto que simbolizasse o feudo. Os laços feudo-vassálicos se tornaram um dos principais elementos que contribuíram para a fragmentação do poder dos reis na Idade Média, que demonstravam claramente como a classe de guerreiros especializados ficava subordinada umas as outras através desses laços de fidelidade e lealdade

A CAVALARIA MEDIEVAL

Embora a cavalaria já fosse conhecida na Europa, antes do século XI é somente a partir desse século que a mesma torna-se uma instituição ligada a igreja. Ficando portanto o cavaleiro responsável por zelar por ideal nobre de proteger as donzelas, os idosos, os órfãos, viúvas, em suma os indefesos e acima de tudo deveria lutar pela igreja.
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Jhonny Feitoza

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